25 de janeiro de 2009

ATRAVESSANDO OS SETE MARES DA ADMINISTRAÇÃO


Planejamento


Muitas pessoas me perguntam qual o real sentido do planejamento. Alguns chamam de estratégico, outros chamam de operacional, outros chamam de tático, outros chamam de plano de ação, e por aí vai. Na verdade todos são planejamentos. É a arte de se antecipar em relação aos fatos. Ora, se é uma antecipação, devemos considerar as três esferas de tempo nessa relação: Passado, Presente e Futuro. E é bem simples: com base no passado, temos o presente e com base no presente temos o nosso futuro. Não adianta simplesmente observar o passado para prever o futuro. O buraco é mais embaixo. É fato consumado a necessidade de mobilizar o presente. Essas são as duas grandes preocupações do planejamento. No mais, adquirir fontes seguras de informações para nortear e balizar a organização. Onde vamos achar essas informações? Dentro da própria empresa. São dados e informações dadas pelo nosso próprio pessoal. Se você não tem capacidade de compreender e escutar esse povo, chame alguém que saiba!


Comunicação Interna


Não existe uma ordem lógica para que as coisas aconteçam nas organizações, mas existe uma coerência que nos chama atenção pela minimização das possibilidades de erro. Comunicar o planejamento logo após sua criação é uma ação que vem dando certo nas organizações que apresentaram sucesso nos últimos anos. A arte de comunicar, nada mais é que fazer com que o outro compreenda uma determinada mensagem. A disseminação das informações do Planejamento deverá (ou ao menos deveria) ser de conhecimento global (considere o ambiente da empresa). Se já é difícil trabalhar com informações, imagine sem elas! A classe operacional (aqueles que colocam a mão na massa) também precisa de informações estratégicas. Mas é claro que para isso precisamos compreender o sentido da palavra Comunicação. Para o tal, temos três figuras que são a chave desse processo: Emissor, Mensagem e Receptor. A mensagem deve ser elaborada para o receptor e não ao gosto do emissor. Os canais de comunicação e os meios também devem ser pensados para o receptor. Não adianta colar na parede um memorando numa empresa onde tenham analfabetos, ou ainda, mandar um e-mail para todos os funcionários se somente 40% da empresa têm acesso a recursos tecnológicos compatíveis. Agora se você não sabe falar com seu povo, chame alguém que saiba!


Operacionalização


Essa parte é a mais complicada de todas: como fazer suas idéias virarem dinheiro. É a parte da administração que mais demandam tempo, esforço, paciência e nervos de aço para a equipe empresarial. É a parte onde o marketing funciona a todo vapor de mãos dadas com as engenharias, com os jurídicos da vida, com os contadores, sindicatos, fiscais, secretarias, governos, concorrentes... e clientes (esse último é o principal da cadeia). Ora, se existe uma figura que seja mais importante que o presidente do grupo é o cliente. O cliente é capaz de deixar o dinheiro dele por uma idéia da instituição. Absolutamente tudo deve ser pensado em prol do cliente. Nessa hora, diferente do que se imagina, é onde a humildade deve prevalecer e os valores humanos devem ser evidenciados. Diferente do que se pensa e do que se pratica, a operacionalização é uma questão humana nas organizações. Transforme o desejo do seu cliente em alguma coisa, um produto ou um serviço. Mas não escute somente o coração, escute o cliente também, convide ele para conhecer o processo. Mão na massa minha gente!

Verificação


Essa parte muita gente considera chata. É hora de entrar em ação as figuras mais odiadas nas empresas: são os fiscais, auditores, inspetores e etc. Eles têm o papel de observar se tudo que foi planejado, acordado ou decidido está sendo praticado. A finalidade dessas figuras nas organizações é tão importante quanto às outras figuras – alias, não existe mais ou menos importante nas organizações: trata-se de um sistema, de um conjunto onde sozinho não se consegue nada. A verificação tem atuação modeladora, balizadora, muitas vezes evitando alguma situação desconfortável na empresa. Antigamente tinha como resultado do seu trabalho a punição. Hoje em dia, a função de orientação e de adequação tem sido mais constante no trabalho dos “verificadores”.


Comportamentalismo


Atualmente, tem sido tão discutido nas organizações a questão do comportamento humano. BIG modelos são distribuídos diariamente pela internet e por pessoas sem compromisso com o real sentido de comportamento. São coisas do tipo: Na empresa, seja gentil, amigo, dê bom dia, dê boa tarde, tome banho... Na verdade, na empresa ou em outro lugar, devemos ser nós mesmos. Cada vez mais as organizações querem um EU diferente dos outros EU’s existentes lá dentro. Produzir não é uma questão de moda. Não é mais preciso moldar seu comportamento para atender exclusivamente as organizações. O que se espera hoje em dia são pessoas mais conscientes, mais completas consigo mesmo. Que tenham sonhos, desejos, que estejam dispostas a trabalhar bastante para conseguir o que querem. Recado para desempregados, empregados e empregadores: cada vez mais a competitividade tem sido evidenciada a partir de soluções oriundas de pessoas. Idéias que antigamente eram engavetadas estão sendo valorizadas! As pessoas são o diferencial estratégico de qualquer organização. Por isso, os administradores estão procurando estudar psicologia, psicanálise, aprofundar os estudos de sociologia, filosofia, antropologia, enfim.


Relacionamento


Se o segredo das organizações são as pessoas e o conjunto da forma de pensar existente nelas, então o relacionamento é o mecanismo organizacional onde as coisas acontecem. Numa lógica não tão simples, mas também não tão complicada, é possível identificar que, diante da constatação que as empresas são as pessoas, então o relacionamento entre elas é algo que deve ser evidenciado e valorizado nas organizações. É um estágio além da idéia que a comunicação é o segredo do sucesso. Na verdade, a mistura entre pessoas e comunicação, é o próprio relacionamento e esse sim, vem nos dando subsídios para acreditar cada vez mais que as organizações não são físicas, e sim idéias estrategicamente alinhadas à missão e visão.


Consultoria


Nessa fase da administração, é onde as cabeças se confundem. Chamamos de Consultores, figuras calibradas na administração que são capazes de identificar situações e propor melhorias para aquela determinada realidade. Existem os consultores setoriais internos, que são pessoas que entendem do mecanismo interno, das tarefas de um determinado setor. Geralmente são pessoas que possuem algum tempo de empresa e já passaram por diversas funções e domina diversas tarefas dentro da organização. Se um dia, uma pessoa deseja se tornar consultor, ela deve entender de prática e de teoria e a fórmula mágica pra conseguir isso é bem simples: trabalhe, estude e confronte essas realidades. A recomendação dos praticantes da Administração é que todo mundo tenha um pouco de consultor dentro de si. Isso deve ser feito para que as pessoas tenham importância na dinâmica operacional da organização. Sendo consultor interno, sua importância na organização aumenta, fazendo com que você possa acumular funções, tarefas, salários e até status. O fato de se acumular tarefas, não significa que você vai trabalhar que nem um condenado (uma vez que você é operacional em uma área e consultor em outra). Ser consultor interno significa multiplicar informações e tecnologia. Vale a pena!